–– Não vai pensar que o Coronel e os filhos não estão pensando em como te pegar, porque eles estão martelando isso há dias. Além de outras formas maldosas de ganhar a eleição. O Elesbão em si, o candidato deles é só um pau mandado.
–– Eu acredito Padre.
–– O que temos que fazer é ficarmos atentos! Para cada passo que ele der, teremos que dar dois ou três à sua frente.
–– Entendi Padre! Temos que trazer outros das redondezas para nosso lado, já que teremos dinheiro em espécie.
–– Vamos que conhecer o terreno da batalha e para isso, o Cancão terá que trazer informações precisas – diz o Padre.
–– É para isso que ele vai estar lá.
–– Pois bem, tu já conheces o inimigo, Sabe do que ele é capaz. Tens uma ideia do que o grupo dele pode fazer. Então, te prepara para travar uma batalha no território dele – confirma o Grande Chefe Cinzento.
–– Nós! Nós Grande Cinzento! – diz Gerônimo.
–– Eu trouxe o mapa da cidade. Não é novo, mas dá para ver direitinho.
–– Certo! Vamos dar uma olhada!
–– Preste atenção! Este é o Rio Parnaíba e tem 1.400 km de extensão. Vai da nascente até o mar, desse lado é o Piauí e do outro o maranhão. Toda essa área é a cidade e aqui estão as terras do Coronel Messias. É um local plano com montanhas e rochas ao redor. A fazenda fica exatamente aqui. Essa é a primeira casa que serve como um forte para dar acesso à segunda casa. A verdadeira casa grande, onde há armas, munição, pólvora, engenhos, estrebarias, currais e um terreiro com os troncos para torturar escravos e inimigos. Do final da residência até a beira do rio está o imenso canavial que é intercalado com tendas e barracos para jagunços e escravos. São muitos hectares de terras. Os guerreiros, quando chegar a hora, devem seguir pelo rio para não chamar a atenção e de preferência que seja à noite. Esse é o elemento surpresa.
O Padre que tem noção de cartografia explica a geografia e localização da fazenda apontando com o dedo cada ponto no mapa.
–– Entendi!
–– É isso que tu deves ver e analisar com o Grande Chefe Cinzento. O mapa ficará contigo.
–– Certo! Será bem estudado quando voltarmos da cidade.
–– Enquanto os guerreiros atacam do rio para dentro da propriedade e ateiam fogo no canavial, outros índios devem libertar os escravos com a ajuda de Cancão que já está lá dentro. Tem tudo para dar certo.
–– Tens razão! E nesse momento atacaremos pela frente!
–– É uma jogada inteligente! As facas e flechas são silenciosas! Bem, o resto é contigo!
–– Sim. Falarei com meus homens quando voltar da cidade!
–– Entendeu tudo?
––Entendi! Agora tu já podes te arrumar para que eu te leve à cidade. Não podemos mais perder tempo. O meu compadre vereador irá de carro contigo. Só ele sabe dirigir aquela gerigonça.
–– Sim! Sim, eu sei. Estarei pronto num instante! Vou só ajeitar o matulão com meus pertences!
–– Cambada levem o vereador até o carro que eu acompanho vocês no caminho.
–– Certo Capitão!
O vereador educadamente despede-se da compadre, dos novos amigos, dos índios e sai dali ciente de que há males que vem para o bem, pois está mais fortalecido do que nunca e, com a certeza de que também abocanhará os votos dos cangaceiros, uma vez que já anotou os nomes de todos para registrar em cartório para em seguida emitir os títulos eleitorais.
–– Grande Chefe! Hoje batizamos meu filho! Ele se chamará Gerônimo! Lúcia traga o bebê para o Cinzento ver! E traga também água que passarinho não bebe para nossos amigos!
–– É para já! Luzia! Traga o bebê enquanto pego a cachaça!
–– É muito bonito! Será um grande guerreiro! Tu és um homem de sorte!
–– Agora que estamos entendidos, tenho que levar o Padre para a cidade. Tu entendes como é. Ele é nosso protegido. Ele e o vereador. E lá para aquelas bandas o negócio está perigoso.
–– Sim! Eu entendo. Partirei de volta imediatamente. Meu povo também precisa de mim.
–– O Grande Cinzento e seus guerreiros podem almoçar com minha mulher. Voltarei ao anoitecer. Ah, só mais uma coisa. Quando tudo isso terminar, receba o Padre Lauro em sua aldeia para que ele celebre uma missa.
–– Gerônimo! Preferimos ir agora e conduzir o gado enquanto não chega o pingo do meio dia! E sim! Está convidado Padre. Venha quando quiser!
–– Como tu quiseres! Temos que ir! Lamento que eu o tenha convidado e não possa ficar para o almoço! O Padre não pode ficar muito tempo fora da Paróquia e a família do vereador está muito aflita.
–– Não te preocupa com isso Gerônimo! Eu sei como é estar em pé de guerra.
–– Lúcia! Dê ao nosso amigo uma carga de rapadura, farinha e outros mantimentos! Gavião vai repor a nossa despensa quando voltar da feira.
(...)
–– Eu acredito Padre.
–– O que temos que fazer é ficarmos atentos! Para cada passo que ele der, teremos que dar dois ou três à sua frente.
–– Entendi Padre! Temos que trazer outros das redondezas para nosso lado, já que teremos dinheiro em espécie.
–– Vamos que conhecer o terreno da batalha e para isso, o Cancão terá que trazer informações precisas – diz o Padre.
–– É para isso que ele vai estar lá.
–– Pois bem, tu já conheces o inimigo, Sabe do que ele é capaz. Tens uma ideia do que o grupo dele pode fazer. Então, te prepara para travar uma batalha no território dele – confirma o Grande Chefe Cinzento.
–– Nós! Nós Grande Cinzento! – diz Gerônimo.
–– Eu trouxe o mapa da cidade. Não é novo, mas dá para ver direitinho.
–– Certo! Vamos dar uma olhada!
–– Preste atenção! Este é o Rio Parnaíba e tem 1.400 km de extensão. Vai da nascente até o mar, desse lado é o Piauí e do outro o maranhão. Toda essa área é a cidade e aqui estão as terras do Coronel Messias. É um local plano com montanhas e rochas ao redor. A fazenda fica exatamente aqui. Essa é a primeira casa que serve como um forte para dar acesso à segunda casa. A verdadeira casa grande, onde há armas, munição, pólvora, engenhos, estrebarias, currais e um terreiro com os troncos para torturar escravos e inimigos. Do final da residência até a beira do rio está o imenso canavial que é intercalado com tendas e barracos para jagunços e escravos. São muitos hectares de terras. Os guerreiros, quando chegar a hora, devem seguir pelo rio para não chamar a atenção e de preferência que seja à noite. Esse é o elemento surpresa.
O Padre que tem noção de cartografia explica a geografia e localização da fazenda apontando com o dedo cada ponto no mapa.
–– Entendi!
–– É isso que tu deves ver e analisar com o Grande Chefe Cinzento. O mapa ficará contigo.
–– Certo! Será bem estudado quando voltarmos da cidade.
–– Enquanto os guerreiros atacam do rio para dentro da propriedade e ateiam fogo no canavial, outros índios devem libertar os escravos com a ajuda de Cancão que já está lá dentro. Tem tudo para dar certo.
–– Tens razão! E nesse momento atacaremos pela frente!
–– É uma jogada inteligente! As facas e flechas são silenciosas! Bem, o resto é contigo!
–– Sim. Falarei com meus homens quando voltar da cidade!
–– Entendeu tudo?
––Entendi! Agora tu já podes te arrumar para que eu te leve à cidade. Não podemos mais perder tempo. O meu compadre vereador irá de carro contigo. Só ele sabe dirigir aquela gerigonça.
–– Sim! Sim, eu sei. Estarei pronto num instante! Vou só ajeitar o matulão com meus pertences!
–– Cambada levem o vereador até o carro que eu acompanho vocês no caminho.
–– Certo Capitão!
O vereador educadamente despede-se da compadre, dos novos amigos, dos índios e sai dali ciente de que há males que vem para o bem, pois está mais fortalecido do que nunca e, com a certeza de que também abocanhará os votos dos cangaceiros, uma vez que já anotou os nomes de todos para registrar em cartório para em seguida emitir os títulos eleitorais.
–– Grande Chefe! Hoje batizamos meu filho! Ele se chamará Gerônimo! Lúcia traga o bebê para o Cinzento ver! E traga também água que passarinho não bebe para nossos amigos!
–– É para já! Luzia! Traga o bebê enquanto pego a cachaça!
–– É muito bonito! Será um grande guerreiro! Tu és um homem de sorte!
–– Agora que estamos entendidos, tenho que levar o Padre para a cidade. Tu entendes como é. Ele é nosso protegido. Ele e o vereador. E lá para aquelas bandas o negócio está perigoso.
–– Sim! Eu entendo. Partirei de volta imediatamente. Meu povo também precisa de mim.
–– O Grande Cinzento e seus guerreiros podem almoçar com minha mulher. Voltarei ao anoitecer. Ah, só mais uma coisa. Quando tudo isso terminar, receba o Padre Lauro em sua aldeia para que ele celebre uma missa.
–– Gerônimo! Preferimos ir agora e conduzir o gado enquanto não chega o pingo do meio dia! E sim! Está convidado Padre. Venha quando quiser!
–– Como tu quiseres! Temos que ir! Lamento que eu o tenha convidado e não possa ficar para o almoço! O Padre não pode ficar muito tempo fora da Paróquia e a família do vereador está muito aflita.
–– Não te preocupa com isso Gerônimo! Eu sei como é estar em pé de guerra.
–– Lúcia! Dê ao nosso amigo uma carga de rapadura, farinha e outros mantimentos! Gavião vai repor a nossa despensa quando voltar da feira.
(...)
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