terça-feira, 6 de agosto de 2019

O circo

                                                                   Foto da web


Em Pedro II uma vez ou outra chegava um circo. Eu morava no Bairro Cruzeiro e lá havia um espaço enorme, com um cruzeiro de madeira e um tanque redondo de cimento. Foi onde armaram o “Gran Circo América”, que de grande mesmo só tinha as lonas. Atrativos, só as dançarinas, os palhaços, o mágico, os trapezistas, os malabaristas e os motoqueiros do globo de ouro.

Bem, o fato é que eu tinha uns 12 anos, e nesse dia “varei” (entrei escondido) e me acomodei na arquibancada, bem na frente do picadeiro, pra ver de perto o espetáculo. Lá para as tantas, o homem da cartola, o famoso apresentador, chama cinco pessoas pra cantar qualquer música e anuncia que o mais aplaudido ganharia um prêmio. Ora, eu só sabia cantar uma música do Luiz Gonzaga (Cigarro de palha); já tinha quatro no palco, e eu levantei a mão e fui. Só euzin aqui era criança entre os cinco, loirinho dos olhos verdes, bonitinho. E pois não é que fui o mais aplaudido com a música do Gonzaga. E adivinha o que era o prêmio? Uma lata de talco cachmire bouquet e dois sabonetes. Acho que acharam o loirinho bonitinho no meio dos adultos. Se soubessem que eu tinha entrado escondido, jamais eu tomaria banho com esse sabonete. Escapei fedendo, mas ganhei. E pensar que essas coisas só acontecem em filmes. Rsrsrs

Carlos Holanda

Nenhum comentário:

Postar um comentário