sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Animais da Amazônia


A Amazônia é reconhecida mundialmente pela sua exuberante biodiversidade, onde encontram-se cerca de 45 mil espécies de plantas e animais vertebrados.
A região amazônica é responsável por cerca de 20% de toda a diversidade faunística do planeta, incluindo muitas espécies de animais ameaçadas de extinção, além das que ocorrem exclusivamente neste bioma.
Alguns grupos de animais são mais diversos na Amazônia do que em qualquer outro local do mundo. A enorme variedade de espécies impressiona e encanta os apaixonados pela natureza.

Animais Vertebrados da Amazônia

Conheça os exemplos de animais mais conhecidos da Amazônia:

Anfíbios

A Amazônia, por ser uma floresta tropical, apresenta como uma de suas principais características o clima, onde ocorre uma elevada precipitação que favorece a ocorrência de anfíbios, pois uma das fases do seu ciclo de vida ocorre na água.
Os sapos, rãs e pererecas são os anfíbios mais abundantes da Amazônia, onde vivem mais de 427 espécies.
Para se ter uma ideia, 32 novas espécies de anfíbios foram descritas na Amazônia entre 2014 e 2015. E as descobertas não param, por exemplo, mais uma rã foi descoberta já no início de 2019 e batizada de Allobates tinae.
Conheça a seguir alguns dos anfíbios mais conhecidos da Amazônia:

Sapo-cururu (Bufo marinus)

Sapo cururu
O sapo-cururu possui substâncias tóxicas que o ajudam a se defender dos predadores
O sapo-cururu também conhecido como sapo-boi, sapo-jururu e sapo-gigante, é um dos maiores sapos que vive na Amazônia.
Esta espécie possui uma glândula de veneno que fica localizada atrás dos olhos, por isso são considerados altamente tóxicos.

Sapo-de-chifre-da-Amazônia (Ceratophrys comuta)

Sapo-de-chifre-da-Amazônia
O sapo-de-chifre-da-Amazônia tem uma boca muito grande
O sapo-de-chifre-da-Amazônia é uma espécie com tamanho avantajado, podendo chegar a 20 cm.
Ele possui uma boca considerada grande, o que permite engolir animais do mesmo tamanho que o seu. Além disso, ele tem protuberâncias em cima dos olhos que lembram um chifre, por isso o nome popular.

Sapo cururu-pé-de-pato (Pipa pipa)

Sapo cururu pe de pato
O cururu-pé-de-pato é um dos anfíbios mais conhecidos da Amazônia
O sapo-cururu-pé-de-pato também é conhecido como sapo-aru, pipa e sapo-pipa. Esta á uma das espécies mais conhecidas da Amazônia.
Sua característica mais marcante é o formato achatado de seu corpo, além da cabeça pontuda, mãos com quatro dedos e pés com cinco dedos. Ele vive na água e sua alimentação é baseada em animais aquáticos.

Rã-kambô (Phyllomedusa bicolor)

Rã-kambô (Phyllomedusa bicolor)
A rã-kambô é uma perereca arborícola voadora
A rã-kambô (Phyllomedusa bicolor) é uma espécie de anfíbio que possui hábitos noturnos e é conhecida como perereca arborícola voadora, ou seja, seu deslocamento se dá pelo ar.
Pesquisadores vem estudando esta espécie pois acredita-se que ela possui secreções e substâncias para utilização medicinal.

Répteis

A Amazônia é famosa pela variedade de répteis, sendo conhecidas cerca de 315 espécies, o que sugere uma riqueza representativa em relação aos demais biomas brasileiros.
O consumo de carne e ovos de alguns répteis colocaram espécies em riscos de extinção. A caça predatória é outra ameaça à conservação dos répteis.
Veja abaixo uma lista com os répteis mais conhecidos na Amazônia são:

Jacaré-açu (Melanosuschus niger)

Jacaré açu (Melanosuschus niger)
O jacaré-açu é uma dos maiores predadores da Amazônia
O jacaré-açu é conhecido por ser um predador que está dentre os primeiros da cadeia alimentar, o que significa que ele pode caçar qualquer animal, inclusive cobras e onças.
É a maior espécie de jacaré, chegando a medir até 4,5 metros de comprimento. Seus olhos e nariz são grandes, pois o ajudam a ficar semi-submersos.

Tracajá (Podocnemis unifilis)

Tracajá (Podocnemis unifilis)
A tracajá é uma espécie de tartaruga muito comum na Amazônia
A tracajá é uma espécie de tartaruga muito comum na Amazônia e pode ser encontrada em áreas de rios com pouca corrente ou ainda em florestas inundadas.
Sua principal característica física são as manchas amarelas na cabeça e nas bordas da carapaça. Seu tempo médio de vida é de 90 anos. Atualmente, a tracajá é uma espécie com risco vulnerável de extinção.

Cobra cascavel (Crotalus sp.)

Cobra cascavel (Crotalus sp.)
A cobra cascavel pode ser encontrada em regiões com diferentes características
A cascavel é uma das cobras peçonhentas mais populares, especialmente por causa do chocalho que possui na cauda.
Seu veneno é poderoso e atinge o sistema nervoso da vítima, impedindo a locomoção e causando dificuldade de respirar.

Jararaca (Bothrops jararaca)

Cobra jararaca (Bothrops sp.)
A jararaca possui um veneno utilizado na produção de medicamentos
A jararaca é uma serpente peçonhenta que apresenta hábitos terrestres e, algumas delas, especialmente as mais jovens, hábitos arborícolas, ou seja, que vive em árvores.
O veneno da jararaca foi estudado por pesquisadores e, posteriormente, utilizado na produção de medicamentos para hipertensão.
Cobra sucuri (Eunectes murinus)
Cobra sucuri (Eunectes murinus)
As cobras sucuris vivem próximas de áreas úmidas
A cobra sucuri é popularmente conhecida como anaconda, sendo reconhecida como a maior serpente do mundo.
Registros apontam que o maior indivíduo já encontrado possuía 6 metros de comprimentos, porém o tamanho normal é em média de 3 metros.
Pode ser encontrada na Amazônia e no Cerrado, especialmente próximas de rios, riachos e em áreas que inundam com facilidade.
Ela não possui veneno, porém sua mordida é forte o suficiente para imobilizar a presa.

Aves

As aves representam um dos grupos mais estudados da Amazônia. Já foram levantadas cerca de 1.000 espécies de aves na Amazônia brasileira, correspondendo a cerca de 16% do total das espécies descritas no planeta.
A diversidade de plumagens ocasionou a procura predatória para venda e muitas espécies da Amazônia são consideradas ameaçadas de extinção.
Conheça a seguir algumas das aves que vivem na Amazônia:

Uirapuru-verdadeiro (Cyphorhinus aradus)

Uirapuru (Cyphorhinus aradus)
O uirapuru-verdadeiro é uma ave conhecida por seu canto
O uirapuru-verdadeiro é uma ave símbolo da Amazônia, por ser tão conhecido existem lendas, canções e folclore que envolvem esta ave e seu canto.
Está presente em praticamente toda região amazônica, inclusive em outros países que fazem fronteira com o Brasil.

Tucanuçu (Ramphastos toco)

Tucanuçu (Ramphastos toco)
O tucanuçu é uma das aves símbolos do continente sul-americano
O tucanuçu, também conhecido como tucano-toco é a maior espécie dos tucanos. Sua principal característica é o bico grande e alaranjado que contrasta com suas penas pretas pelo corpo e brancas no pescoço.
O tucanuçu é muito conhecido por ser uma das aves símbolos do continente sul-americano. Ele é mais facilmente encontrado na região central e norte do Brasil.

Coruja-das-torres (Tyto furcata)

Coruja-das-torres (Tyto furcata)
A coruja-das-torres vive em todos os habitats
A coruja-das-torres é uma ave que pode ser encontrada em diversos locais, especialmente aqueles que possuem espaços para se proteger, como cavernas e cavidades de rochas.
Seus hábitos são noturnos e ela costuma sair durante o dia apenas em casos específicos, como para buscar comida.

Caburé-da-amazônia (Glaucidium hardyi)

caburé da amazonia
A caburé-da-Amazônia vive em toda região amazônica
A coruja caburé-da-Amazônia é uma ave que tem a região norte do Brasil como seu principal habitat, estando sempre presente na região amazônica.
De porte pequeno, medindo cerca de 14 cm e com voo ágil, esta ave é pouco vista pois ela costuma ficar próximo dos emaranhados de cipó.

Sanhaçu-da-amazônia (Tangara episcopus)

Sanhaçu-da-amazônia (Tangara episcopus)
O sanhaçu-da-amazônia pode ser encontrado em locais úmidos e secos
O sanhaçu-da-amazônia é uma ave de cor azul clara que também é conhecida como pipira-azul no Maranhão. Ela mede cerca de 17 cm e pesa aproximadamente 45 gramas.
O sanhaçu-da-amazônia tem como habitat locais úmidos e secos, por isso pode ser encontrado em diferentes locais da região Norte e Nordeste do Brasil.

Peixes

Das 24 mil espécies de peixes de água doce ou salgadas conhecidas no mundo, cerca 3 mil encontram-se na Amazônia, representando 85% das espécies de peixes da América do Sul.
A pesca predatória é responsável por muitas dessas espécies serem consideradas ameaçadas de extinção.
Ao mesmo tempo, o peixe é a base da alimentação de muitas comunidades amazônicas, que realizam a pesca de subsistência.
Conheça a seguir alguns peixes muito comuns na Amazônia:

Tucunaré (Cichla ocellaris)

Tucunaré (Cichla ocellaris)
O tucunaré é um peixe que tem origem nas Bacias Amazônicas e Araguaia-Tocantins
O tucunaré é um dos peixes mais populares no Brasil, especialmente por viver na Amazônia. Suas cores fortes e manchas pelo corpo caracterizam esta espécie.
Seu principal habitat são os lagos, lagoas e beira de rios, pois eles não costumam fazer migrações para alimentar ou se reproduzir, por exemplo. Além disso, em períodos de cheias é possível encontrar o tucunaré em áreas inundadas.

Pintado (Pseudoplatystoma corruscans)

Pintado (Pseudoplatystoma corruscans)
O pintado é popular na culinária
O pintado é um peixe que pode pesar até 85 kg e medir 180 cm. É conhecido por apresentar manchas pretas espalhadas pelo corpo, não possuir escamas e sim couro, além de apresentar uma carne muito apreciada por ter poucos espinhos.
Tem hábitos noturnos e vive em locais com água parada.

Aruanã (Osteoglossum bicirrhosum)

Aruanã (Osteoglossum bicirrhosum)
O aruanã é utilizado como peixe ornamental
Também conhecido como aruanã-prateado este peixe é comum por ser considerado um peixe ornamental, ou seja, é comum ver esta espécie sendo mantida em aquário.
Como característica física apresenta cor prateada que altera quando se torna adulto, passando a ter um brilho azulado. Além disso, possui escamas grandes e barbatanas que quase se fundem.

Pacu (Piaractus mesopotamicus)

Pacu (Piaractus mesopotamicus)
O pacu é conhecido pelo formato do seu corpo
O pacu é um peixe comum na Bacia da Prata e costuma ficar em locais sem muita correnteza, como em rios e lagoas em época de cheia.
Seu corpo arredondado e achatado, além de escamas pequenas e em grande quantidade, são suas principais características.

Piranha-vermelha (Pygocentrus nattereri)

Piranha-vermelha (Pygocentrus nattereri)
A piranha-vermelha possui dentes fortes e afiados
A piranha-vermelha é uma espécie de peixe que pode ser encontrada em diversos locais da região amazônica, especialmente nas bacias dos rios Amazonas, Paraná e São Francisco.
A principal característica deste peixe são seus dentes afiados e comportamento agressivo, resultando em ataques violentos e frenéticos.

Mamíferos

Estima-se que existam mais de 420 espécies de mamíferos na Amazônia. Além disso, registros apontam a descoberta de 20 novas espécies entre 2014 e 2015.
Dentre elas, uma ganha maior destaque, por ser de maior porte, um novo golfinho fluvial (Inia araguaiaensis), com população mais restrita e provavelmente de poucos indivíduos.
Ademais, a onça-pintada também se destaca com um dos animais símbolos da região.
Conheça mais sobre alguns dos mamíferos que vivem na Amazônia:

Boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis)

Boto-cor-de-rosa amazônia
O boto-cor-de-rosa é o maior golfinho de água doce do mundo
O boto-cor-de-rosa é um mamífero que pode ser encontrado em diferentes locais da América do Sul, especialmente o Amazonas. Ele é considerado o maior golfinho de água doce do mundo.
A cor característica deste boto muda de acordo com a idade e local que o animal vive, uma vez que esses fatores interferem na circulação sanguínea.
O boto cor-de-rosa é muito relacionado às lendas na região amazônica

Bicho-preguiça (Bradypus variegatus)

Bicho-preguiça (Bradypus variegatus)
O bicho-preguiça é um mamífero endêmico do Brasil
O bicho-preguiça, também conhecido como preguiça-marmota, é um mamífero endêmico do Brasil e pode ser encontrado em diversos estados da região Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
A cor acinzentada de seus pelos ajuda na camuflagem quando está nas árvores e evita ser encontrado por predadores. Seus hábitos são noturnos e utilizam a luz do dia apenas para descansar.

Macaco-guariba (Alouatta puruensis)

Macaco guariba (Alouatta puruensis)
O macaco-guariba possui um grito potente que pode ser ouvido em toda a mata
O macaco-guariba, popularmente conhecido como bugio-vermelho, é nativo do Brasil, sendo encontrado principalmente na Amazônia.
Conhecido por seu grito alto que pode ser ouvido de uma grande distância, o macaco-guariba macho apresenta os pelos avermelhados e as fêmeas e jovens têm pelos escuros.

Macaco-prego (Sapojus macrocephalus)

Macaco prego (Sapojus macrocephalus)
O macaco-prego é um mamífero que vive em florestas úmidas
O macaco-prego é um mamífero encontrado na região amazônica e apresenta fácil adaptação às mudanças do local que vive. Seu principal habitat são florestas úmidas.
É tema de estudo de diversas pesquisas, principalmente relacionadas ao risco de extinção da espécie e degradação ambiental.

Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris)

Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris)
A capivara é um mamífero que vive em regiões úmidas
A capivara é um mamífero do tipo roedor que pode ser encontrado em grande parte da América do Sul, especialmente em regiões próximas aos rios, lagos e pântanos.
Ela apresenta alta capacidade de adaptação ao ambiente que vive, por isso pode também ser encontrada em locais habitados por seres humanos.

Animais Invertebrados da Amazônia

Os números de espécies de invertebrados impressiona. Confira abaixo alguns dados:
  • Entre 90 a 120 mil espécies de insetos, o que representa 10% da diversidade mundial;
  • 218 espécies de mosquitos;
  • 600 espécies de abelhas nativas, conhecidas como abelhas sem ferrão ou abelhas indígenas;
  • Cerca 2.200 espécies de borboletas;
  • Mais de 1.000 espécies de formigas.
Conheça a seguir algumas espécies de invertebrados que vivem na Amazônia:

Formiga tucandeira (Paraponera clavata)

tucandeira
A formiga tucandeira é temida por sua dolorosa picada, uma das mais fortes do reino animal
A formiga tucandeira é famosa pela picada dolorosa que causa e pelo ritual dos indígenas Sateré-mawé, no qual o menino deve vestir luvas repletas de formigas e se manter com ela por alguns minutos.
Esta formiga apresenta semelhanças com as vespas e pode ser encontrada na região amazônica.

Bicho-pau (Phasmodea)

Bicho-do-pau (Phasmodea)
O bicho-pau é conhecido pelo seu poder de mimetização
O bicho-pau é um inseto conhecido pelo poder de mimetização com madeira e gravetos, fazendo desta sua principal característica.
É encontrado com mais facilidade em florestas tropicais.

Irapuá (Trigona spinipes)

Irapuá (Trigona spinipes)
A irapuá não possui ferrão e pode ser encontrada em todo Brasil
A irapuá é uma abelha brasileira conhecida por ter seu corpo inteiro preto e pode ser encontrada em todo o Brasil.
Por não possuir ferrão, seu ataque é se enrolar nos pelos e cabelos, ou ainda penetrar nos orifícios, o que a torna conhecida como uma abelha agressiva.

Espécies endêmicas da Amazônia

As espécies endêmicas são aquelas que ocorrem exclusivamente em um determinado ecossistema.
A Amazônia abriga muitas espécies animais que não são encontradas em outras regiões do Brasil e do planeta. Por isso, a conservação dessas espécies é ainda mais importante, já que não podem ser encontradas em outros locais.
É o caso das espécies que apresentamos a seguir: choca-de-garganta-preta (Clytoctantes atrogularis) e o barranqueiro-escuro (Automolus melanopezus).

Choca-de-garganta-preta (Clytoctantes atrogularis)

Choca-de-garganta-preta (Clytoctantes atrogularis)
O choca-gargante-preta é uma ave endêmica ameaçada de extinção

O choca-garganta-preta é uma ave endêmica do Brasil e está em risco de extinção, principalmente pela perda de seu habitat.

Costuma ser encontrada em florestas subtropicais e úmidas que apresentam baixa altitude.

Barranqueiro-escuro (Automolus melanopezus)

Barranqueiro-escuro (Automolus melanopezus)
O barranqueiro-escuro é uma ave que pode ser encontrada em poucos estados brasileiros
O barranqueiro-escuro é uma ave encontrada nos estados do Acre e Amazonas, além de países como Bolívia, Colômbia, Equador e Peru.
Juliana Diana
Licenciada em Ciências Biológicas pelas Faculdades Integradas de Ourinhos (FIO) em 2007. Pós-graduada em Informática na Educação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 2010. Doutora em Gestão do Conhecimento pela UFSC em 2019.

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