A
VINGANÇA DO DEFUNTO
Janjão
era dono de um bar e mercearia no interior do sertão. Tinha uma grande
freguesia de “pé inchado”. Às seis horas da manhã já tinha gente esperando
abrir para tomar uma lapada de cachaça, ou duas.
Certa
vez, à boquinha da noite, os caboclos já embriagados, começaram um pau de
briga. Era tabefe para lá, bofete para cá e Janjão, para dar um basta, mandou
todos embora para a baixa da égua. E realmente eles foram inticar noutro lugar.
E quando Janjão foi fechar a porta, sentiu o peso da mão de outro caboclo
empurrando com força e pedindo só uma dose de pinga. Janjão o deixou entrar e
quando o caboclo levantou o quengo com o chapéu de palha para tomar o copo de
cachaça e Janjão viu seu rosto, teve um ataque cardíaco e bateu as botas.
O
sujeito que olhou nos olhos do comerciante havia sido morto por ele Janjão, há
mais de um ano a golpes de peixeira numa briga; num forró pé-de-serra, lá nas
brenhas.
Essa é
a única parte da história que o povo não sabe da morte morrida e não matada
desse cabra da peste.
Carlos
Holanda
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