domingo, 26 de abril de 2020

Cangaceiros 2



A família não pode dizer que tem uma fazenda, mas a propriedade é um sítio bem cuidado, com muitos hectares de terras, onde cultivam o plantio de milho, feijão, mandioca e árvores frutíferas. Um poço cavado há muitos anos abastece o lugar e até dá para compartilhar com vizinhos que trazem jumentos com ancoretas para abastecer; duas cisternas foram construídas com sacrifício e algumas economias para prevenir o período de seca.

No interior, cada um cuida da sua vida na labuta diária, seja alimentando os porcos, as galinhas ou cuidando dos apriscos e do gado; capinando mato, colhendo os grãos de época ou simplesmente debulhando feijão e milho à noite, no claro de lamparinas e lampiões de querosene. E claro, no intervalo, saboreiam o cuscuz de milho ralado com manteiga da terra e café torrado e moído na hora; quando não é assim, é carne assada e desfiada, feita uma paçoca com farinha branca temperada com sal, cheiro verde, cebolinha verde, coentro e pimenta de cheiro. A rapadura cortada miúda nunca falta. Faz parte da mesa nordestina. Isso não implica dizer que todas as famílias vivam bem, outras, sem recursos, passam fome.

O respeito e a moral são praticados diuturnamente até quando os filhos vão dormir e tomam a bênção ao pai e a mãe.

(...)

Veja aqui Cangaceiros 3

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