quinta-feira, 26 de março de 2020

A Conquista do Reino 16




A Conquista do Reino 16

Os soldados do reino de Astride sentam-se ao redor de grandes mesas de madeira servidas com jarras de vinho, pratos diversificados de iguarias como pato, faisão e porco, porém, eles foram orientados anteriormente pelo General a não beber e somente comer. E assim fazem.

O General Osório senta-se em frente ao rei em outra mesa, onde também está Zafir, o feiticeiro e conselheiro do rei Gabriel de Alcântara. O General não o conhece como feiticeiro, mas encara o homem que usa tuba, bigode fino e cavanhaque. Os olhos são sombreados de preto e uma capa azul escura lhe cai sobre os ombros escondendo uma adaga na cintura.
–– Alteza! Quero lhe fazer uma pergunta!
–– Sou todo ouvido!
–– Porque um comandante seu com uma legião de soldados atacou uma aldeia de camponês?
–– Como você sabe que era um comandante meu?
–– Porque ele tinha uma espada com um símbolo do seu reino!
–– Tinha? Você o matou?
–– Nós nos defendemos do exército que ele comandava!
–– E onde está essa espada com meu símbolo?
–– Aqui está! – O General Osório desembrulha a espada enrolada em um pano e põe sobre a mesa.
–– Interessante! Mas isso não prova nada! Ele pode ser um desertor, ou tomado essa espada de um de meus soldados! – diz o rei com voz firme, como se não soubesse de nada.
–– É claro! Não posso discordar de sua Alteza! – pondera o General.
–– Então, já que o matou, presumo que saiba onde está o corpo!
–– Sim, Alteza! Eu o trouxe comigo para esclarecer outra dúvida! – O General estala os dedos para seu subordinado, o capitão, e o corpo do comandante é trazido para o salão.
–– Você é um homem precavido, General. Zafir guarde esta espada para investigação mais tarde.
–– Sim Alteza!
–– Agora, diga-me Majestade, porque esse comandante era o único humano à frente de homens de pedra e areia?
–– Não sei! E desconheço essa ofensa!
–– Não é uma ofensa! Perdoe-me! É uma observação! Estou curioso para descobrir isso!
–– Nesse caso, somos dois que vamos descobrir isso. Até porque poderá ser uma ameaça para todos os reinos.
–– É claro Majestade! Bem, já que isso não tem muito a ver com seu reino, vamos comer e descansar!
–– Muito a ver? Não temos nada com esse ataque! E diga ao rei Manoel II que o rei Saul e a rainha foram mortos em combate. O resto é boato!
–– Vossa Majestade não acha que boato é como fumaça?
–– O que você quer dizer General?
–– Que onde há fumaça há fogo!
–– General, o senhor é muito audacioso! E em outras palavras está chamando o rei de mentiroso. Não vamos colocar os reinos em confronto. Ou você quer testar o meu poderio?
–– Só quero a verdade! Sua palavra me basta!
–– Então, diga ao rei Manoel que manteremos a paz, desde que não haja mais ofensas.
–– Sim Majestade, eu direi!
–– Divirtam-se! Comam e bebam! Vou me retirar para meus aposentos! Amanhã, continuaremos com essa conversa!
–– Certamente, Majestade!

O General sentiu que afetou os brios do rei e conclui que ele sabe mais do que disse, e quando fica a sós com seu capitão comenta:
–– Vamos fingir que acreditamos Capitão. Eu olhei em seus olhos e sei quando um homem mente!
–– Vou retirar os homens para dormir e esperar o que vai ser amanhã!
–– Faça isso Capitão! E fique de olhos abertos! Não gostei desse tal de Zafir!
–– Nem eu General!
(...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário