–– Marchem! – ordena o
General.
–– Estamos quase sem água.
Temos que encher os cantis em algum lugar – o capitão lembra ao General.
–– É. Eu sei. Entre nós e o
reino Continental, há um Monastério. Vamos nos apressar e chegaremos lá ao meio
dia.
–– Certo! Acelerar a marcha!
– ordena em voz alta o capitão.
E como previsto, com sol a
pino, ao meio dia, a tropa chega ao Monastério. Os soldados esperam do lado de
fora dos portões, enquanto o General Osório e o Capitão desmontam e acenam para
entrar.
–– Quem vem lá? – pergunta
um guarda.
–– Somos do reino de Astride
– enfatiza o General – só queremos um pouco de água para nós e os cavalos.
–– Esperem um instante!
É dada a autorização por Elisabeth,
a Madre Superiora, para abrirem os portões.
–– Madre! Estamos com sede!
Nossos cavalos também! Pode nos ajudar? – indaga Osório.
–– Sim é claro! Sejam bem
vindos!
–– Podemos pagar por um
pouco de comida!
–– Vejo que são muitos
homens! Nossa comida é racionada! Provavelmente não dê para todos, porém, temos
pão e queijo em abundância.
–– É só o que precisamos
para chegarmos ao castelo.
–– Então entrem todos. Mandarei
fazer as porções de queijo e pães.
–– Ficaremos muito gratos,
Madre!
Os oficiais são conduzidos
para sentarem-se ao redor de uma grande mesa de madeira, enquanto a Madre
ordena às freiras que tragam o alimento e água para encherem os cantis. Outros
servos do Monastério atendem aos soldados e dão água do poço aos cavalos.
Quando a Madre Superiora
vira as costas e sai do grande alpendre, uma mulher com um capuz aproxima-se do
General e fala sussurrando apressadamente com medo de ser pega em flagrante:
–– Socorro! Tire-me daqui.
Sou prisioneira! Por favor, me ajude!
–– Quem é você? – indaga o
General em voz baixa.
–– Isso não importa nesse
momento. Preciso falar com o rei Manoel II. Tenho muito para lhe contar. Por
favor, ajudem-me!
–– Capitão leve- a para fora
em segurança! E conduza-a ao reino. Leve dez homens com você!
–– Isso desfalca a nossa tropa
para chegar ao reino Continental!
–– Faça o que ordeno!
–– Sim, senhor!
–– A Madre superiora não
pode nos ver! – diz a mulher encapuzada.
–– Ela não ficará sabendo.
Leve-a daqui Capitão!
–– Sim, senhor! Vamos! Venha
comigo!
E em meio a tanto movimento
com tantos soldados, o Capitão consegue sair do Monastério sem ser percebido
pela Madre e seus servos e freiras. Agora eles galopam de volta para o reino de
Astride com a mulher.
Não foi uma feição das
melhores e tampouco um banquete, mas, aliviou a sede e a fome. Agora eles já
podem partir. Há pressa em chegar ao reino Continental.
–– Está tudo bem General? –
indaga a Madre Superiora muito prestativa em servir o exército do rei Manoel.
–– Sim! Claro! Estamos muito
gratos. Agora temos que ir! Obrigado! – afirma e agradece o General Osório que
ao se levantar, coloca sobre a mesa um pequeno saco de moedas de ouro.
–– General, isso não será
necessário.
–– Aceite Madre! Faço
questão! Servirá para comprar mais trigo, queijo e vinho para outros que
precisarem!
–– Está bem! Admiro sua
honestidade, apesar de ser um homem de guerra!
–– Nosso trabalho é evitar a
guerra e manter a paz! Só entramos em batalhas quando não há outra saída!
–– Entendo! Eu não quis
ofender! Às vezes as palavras saem mais rápidas que o pensamento!
–– É claro Madre Elisabeth,
muito obrigado por tudo! Temos que ir agora!
–– Vão com Deus! Quando
voltarem, se quiserem, passem por aqui.
–– Certamente, Madre! Adeus!
–– Adeus!
(...)
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