O General e Xavier desmontam
dos cavalos enquanto um homem pega pelas rédeas dos animais e os leva para
outro lugar. Os dois soldados acompanham o chefe.
Leandro, esse é o General
Osório, do reino de Astride – apresenta ao irmão, o comandante do pequeno
exército.
–– General! – cumprimenta
Leandro, que se põe em pé.
–– Estamos em missão de paz!
– diz o General.
–– E o que o trás a essas
bandas tão distantes de seu reino?
–– Vamos seguir para o reino
Continental!
–– E o que é tão importante
para conversar ou negociar com esse crápula do rei Gabriel?
–– Por que tu estás tão
revoltado, Leandro?
–– Não estou revoltado!
Estou é com raiva mesmo!
–– E qual o motivo de tua
ira?
–– Nós temos dois mil homens
armados até os dentes e mesmo assim, não podemos enfrentar esse miserável!
–– Com todo respeito, posso
saber o motivo?
–– General, ele mantém o meu
irmão como refém há muitos anos! E cobra um preço alto para libertá-lo! Meu
irmão é o nosso líder maior!
–– E como posso ajuda-lo?
–– O senhor tem passe livre
para entrar no palácio do rei Gabriel. Nós não! Ele ordena que fiquemos à
distância e esse acampamento é o mais perto que podemos nos aproximar, apesar
de não estar nas terras dele. Ele tem um dos maiores exércitos do mundo. Dizem
até que ele pauta com o diabo.
–– Porque ele mantém seu
irmão refém?
–– É uma longa história!
–– Tenho tempo. Resume!
–– Bem, nós lutamos em uma
guerra há muitos anos ao lado do rei Saul para defender seu castelo. Gabriel venceu. Tomou conta de mais da metade
do reino e fez refém meu irmão, o rei e a rainha.
–– O rei Saul e a Rainha
Catarina estão vivos?
–– Isso nós não sabemos! É
um segredo guardado a sete chaves!
–– E como sabem do seu
irmão?
–– É que ele manda uma vez
ou outra, um mensageiro até onde estamos!
–– E o que ele quer em
troca?
–– Ele quer duas mil moedas
de ouro. Só temos, juntando tudo, quinhentas e cinquenta. Ou em segundo caso,
encontrar o filho do rei e entrega-lo a ele.
–– O que vocês sabem sobre o
filho do rei e quantos anos ele tem agora?
–– Não temos descrição
física. Sabemos que durante a batalha, um dos fiéis escudeiros que lutava muito
bem, o levou com ele.
–– E quantos anos o menino
tinha à época?
–– Provavelmente uns dez
anos. Hoje deve estar com vinte e poucos anos! Talvez vinte e cinco anos!
–– E o que eu ganho com isso,
negociando com vocês?
–– Ah, General! São tempos
difíceis! Mas, se conseguires a façanha de libertar meu irmão, ganhará essa
tropa como aliados do seu rei!
–– E se seu irmão não
concordar?
–– Fora dos muros do reino
Continental eu assino com um fio do meu bigode a soltura de meu irmão! Minha
palavra é lei aqui fora depois dele.
–– Vamos fazer esse trato.
Eu assumo o montante das duas mil moedas para soltá-lo, levarei a parte que tu
tens e ganharei o comando e a lealdade da tua tropa.
–– Então, aqui está o
dinheiro que temos. Leve-o e assim será!
–– Partiremos agora mesmo.
Não tenho mais tempo a perder!
–– Boa sorte General!
–– Não darei garantias. Mas
negociarei na medida do possível!
O General e o comandante dos
homens acampados apertam as mãos selando um acordo que poderá lhes gerar muitos
dividendos mais tarde. O General Osório, na menor das hipóteses, sabe que a
melhor decisão é ter aliados para um futuro incerto entre dois reinos. Lanças e
espadas para lutarem ao seu lado sempre serão bem vindas.
(...)
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