segunda-feira, 2 de março de 2020

A Conquista do reino 2




A Conquista do Reino

O treinamento de Elias e Michel

Aldeia Alta não é um nome bonito, até porque a aldeia é numa superfície plana. Mas o local em si é bonito. É cercado por árvores frondosas. Tem alguns animais no pasto. Joshua cuida muito bem de sua pequena propriedade. Acorda cedo, cuida da lavoura, dá comida aos porcos e galinhas. Alimenta os três cavalos e o rebanho de ovelhas. Vive em tese, satisfeito com a vida. Joshua tem dois filhos e uma menina adolescente e é amado por sua mulher.
–– Acorda Elias! Os galos já cantaram umas dez vezes!
–– Bom dia! Eu já estou acordado faz tempo! Só estava achando bom esse friozinho aqui!
–– Estás lembrado que hoje é dia de treinamento?
–– Sim! Pai Joshua!
–– Pois levantas e vais tomar o café! A Madalena fez um bolo de milho que é uma beleza!
–– Sim, senhor! Obrigado!
Depois do café da manhã, Joshua monta o cavalo branco e ordena que Elias e Michel, seu filho, façam uma corrida longa até o topo da montanha, que por sinal é muito distante. Ele os deixa lá, e avisa aos dois jovens para voltarem antes que o cabrito seja colocado para assar ou ficarão sem comer. Mas não é só isso. Assim, ficaria fácil demais. Os dois homens terão que encontrar ninhos de pássaros e cada um terá que trazer um ovo inteiro, enquanto ele – Joshua – matará o cabrito, tirará o couro, tratará, temperará e porá para assar na fogueira.
Joshua cavalga à frente dos jovens até chegar ao ponto que ele quer que comece o pequeno desafio. Então, galopa rápido de volta para casa.
Depois de quase duas horas, Elias chega cansado com um ovo na mão e entrega a Joshua. Minutos depois Michel, também cansado e suado, entrega outro ovo ao pai.
–– Muito bem! Os dois estão pensando que cumpriram a missão.
–– E não cumprimos pai?
–– O que falta agora? – indaga Elias.
–– Bem, se eu chegasse aqui e não encontrasse meus filhos e a Madalena me dissesse que eles haviam sido sequestrados, o que eu faria?
–– O senhor iria nos procurar!
–– Muito bem Michel! Eu iria! Mas os pássaros não entendem a humanidade! Esses ovos estavam nos ninhos para serem gerados! Provavelmente já existe um embrião aí dentro!
–– Os pássaros nem darão pela falta!
–– Eles podem não saber contar. Mas sabem por instinto quantos filhotes estão no ninho.
–– E o que devemos fazer agora? – indaga Elias.
–– Vocês vão voltar correndo e devolver aos ninhos, sem quebrar e sem me enganar. Pois se mentirem para mim, estarão mentindo para vocês mesmos.
–– Pai nós acabamos de chegar. Estamos cansados!
–– A vida exige sacrifícios. E vocês são novos. Entendam que numa batalha, às vezes, a vitória está na resistência e não no ataque. Agora vão!
–– Está certo! Mas, pai, e o cabrito que o senhor prometeu para o almoço? Cadê?
–– Era só um artifício para acelerar o desafio, a motivação. Quando vocês chegarem, matarão e prepararão para a gente comer. Vão, vão! Já vai dar meio dia! Além do mais, quem vai dar banho nos cavalos?
(...)

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