No dia seguinte barracas e
tendas são desmontadas e colocadas nas carroças. As fogueiras são apagadas
muito cedo, antes mesmo do raiar do dia. O exército do General Osório se
prepara para partir. Os três batedores voltam com informações valiosas.
–– General! Encontramos algo
que poderá lhe interessar! – diz o primeiro batedor enquanto desmonta do
cavalo.
–– Fale soldado!
–– Abordamos um comerciante
com dez carroças indo para o reino Continental!
–– E o que tem de importante
nisso? Comerciantes vão e vem o tempo todo!
–– Não é um homem que vende
especiarias ou tecidos!
–– E o que ele vende, então?
–– Pólvora!
–– Pólvora? Ah, isso sim é
interessante! Onde ele está?
–– A umas duas léguas daqui!
–– Você conversou com ele?
–– Sim! E disse que o senhor
tem interesse em fazer uma proposta!
–– É claro! Quantos homens
estão com ele?
–– Dez! Ele está esperando!
–– Capitão, vamos montar uma
tropa de trinta homens, arqueiros e lanceiros para avançarmos mais rápido. Os
outros seguem normalmente para não cansar os cavalos! – comanda o General.
–– Sim, General! Lanceiros e
arqueiros venham!
–– Vamos em frente! Acelerado!
– ordena o General.
Pouco tempo depois de
cavalgar com os trinta soldados e o batedor, o General chega onde está o
comerciante.
–– Senhor! Esse é o General
Osório do reino de Astride! – diz o soldado que antes contatou o mercador.
–– General! – cumprimenta o
homem pegando na aba do chapéu.
–– Meu soldado disse que
você leva pólvora em suas carroças!
–– Sim! É verdade!
–– Quantos barris de pólvora,
tem aí?
–– Cinquenta! General!
–– Você é um homem corajoso!
–– Por quê?
–– Transitar com uma carga
tão valiosa e poucos homens por essas bandas é perigoso!
–– É verdade! Mas não temos
só a pólvora! Temos espadas e armas de fogo também!
–– Ah, é? E de onde vem essa
mercadoria?
–– A pólvora vem da China,
de navio. É lá no porto que a gente compra para revender! Um detalhe: tem que
saber com quem fechar negócios. Alguns são espertalhões!
–– E as armas?
–– As armas são em menor
quantidade! Trago da Europa!
–– Para quem você ia vender?
–– Bem, estou no caminho do
rei Gabriel de Alcântara! Já fiz negócios com ele antes! Vendi perfumes e
tecidos! Ele me disse para vir aqui quando tivesse algo muito valioso.
–– Cinquenta barris de
pólvora dá para começar uma guerra. Mas não dá para terminar!
–– O que o senhor quer
dizer?
–– Quanto custa cada barril?
–– Cinco moedas de ouro!
–– E se eu quiser mil, ao
preço de três moedas, em quanto tempo me entregaria?
–– Bem, posso fazer um preço
mais acima. Quatro moedas para essa quantidade!
–– Eu tenho poder para
confiscar sua mercadoria e prendê-los!
–– Nós somos comerciantes e
não soldados! Também não somos fora-da-lei. Nesse caso, meu lucro fica muito
abaixo do mercado!
–– Tudo bem! Serei justo!
Pagarei por essa mercadoria as quatro moedas por unidade, conforme você falou!
E encomendo mil barris! Fechado?
–– Fechado! E para onde devo
levar?
–– Para o reino de Astride!
Mandarei vinte soldados para escolta-los com segurança.
–– E o pagamento como fica?
–– Pago esses quando chegar
ao reino! Lá vocês entregam a mercadoria, ficam no quartel general do castelo.
Comerão e beberão por minha conta.
–– E as armas?
–– Só poderei responder
quando testar e tiver a aprovação do rei!
–– E quando o senhor volta
dessa missão?
–– Em seis dias estarei de
volta!
–– Então estamos acertados!
–– Sim! Estamos! Agora vão!
–– Ah, só mais uma pergunta!
–– Sim!
–– O senhor está viajando
para o reino Continental?
–– Estou! E não falarei em
seu nome, se é isso que o preocupa!
–– É claro, senhor! Vejo que
o senhor é um General honrado!
–– Capitão!
–– Sim senhor, General!
–– Disponibilize a escolta!
Fale com o rei o que se passou e como foi feito esse trato!
–– Sim, senhor!
–– Os outros venham comigo!
(...)
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