terça-feira, 10 de março de 2020

A Conquista do Reino 9



No dia seguinte barracas e tendas são desmontadas e colocadas nas carroças. As fogueiras são apagadas muito cedo, antes mesmo do raiar do dia. O exército do General Osório se prepara para partir. Os três batedores voltam com informações valiosas.

–– General! Encontramos algo que poderá lhe interessar! – diz o primeiro batedor enquanto desmonta do cavalo.
–– Fale soldado!
–– Abordamos um comerciante com dez carroças indo para o reino Continental!
–– E o que tem de importante nisso? Comerciantes vão e vem o tempo todo!
–– Não é um homem que vende especiarias ou tecidos!
–– E o que ele vende, então?
–– Pólvora!
–– Pólvora? Ah, isso sim é interessante! Onde ele está?
–– A umas duas léguas daqui!
–– Você conversou com ele?
–– Sim! E disse que o senhor tem interesse em fazer uma proposta!
–– É claro! Quantos homens estão com ele?
–– Dez! Ele está esperando!
–– Capitão, vamos montar uma tropa de trinta homens, arqueiros e lanceiros para avançarmos mais rápido. Os outros seguem normalmente para não cansar os cavalos! – comanda o General.
–– Sim, General! Lanceiros e arqueiros venham!
–– Vamos em frente! Acelerado! – ordena o General.

Pouco tempo depois de cavalgar com os trinta soldados e o batedor, o General chega onde está o comerciante.

–– Senhor! Esse é o General Osório do reino de Astride! – diz o soldado que antes contatou o mercador.
–– General! – cumprimenta o homem pegando na aba do chapéu.
–– Meu soldado disse que você leva pólvora em suas carroças!
–– Sim! É verdade!
–– Quantos barris de pólvora, tem aí?
–– Cinquenta! General!  
–– Você é um homem corajoso!
–– Por quê?
–– Transitar com uma carga tão valiosa e poucos homens por essas bandas é perigoso!
–– É verdade! Mas não temos só a pólvora! Temos espadas e armas de fogo também!
–– Ah, é? E de onde vem essa mercadoria?
–– A pólvora vem da China, de navio. É lá no porto que a gente compra para revender! Um detalhe: tem que saber com quem fechar negócios. Alguns são espertalhões!
–– E as armas?
–– As armas são em menor quantidade! Trago da Europa!
–– Para quem você ia vender?
–– Bem, estou no caminho do rei Gabriel de Alcântara! Já fiz negócios com ele antes! Vendi perfumes e tecidos! Ele me disse para vir aqui quando tivesse algo muito valioso.
–– Cinquenta barris de pólvora dá para começar uma guerra. Mas não dá para terminar!
–– O que o senhor quer dizer?
–– Quanto custa cada barril?
–– Cinco moedas de ouro!
–– E se eu quiser mil, ao preço de três moedas, em quanto tempo me entregaria?
–– Bem, posso fazer um preço mais acima. Quatro moedas para essa quantidade!
–– Eu tenho poder para confiscar sua mercadoria e prendê-los!
–– Nós somos comerciantes e não soldados! Também não somos fora-da-lei. Nesse caso, meu lucro fica muito abaixo do mercado!
–– Tudo bem! Serei justo! Pagarei por essa mercadoria as quatro moedas por unidade, conforme você falou! E encomendo mil barris! Fechado?
–– Fechado! E para onde devo levar?
–– Para o reino de Astride! Mandarei vinte soldados para escolta-los com segurança.
–– E o pagamento como fica?
–– Pago esses quando chegar ao reino! Lá vocês entregam a mercadoria, ficam no quartel general do castelo. Comerão e beberão por minha conta.
–– E as armas?
–– Só poderei responder quando testar e tiver a aprovação do rei!
–– E quando o senhor volta dessa missão?
–– Em seis dias estarei de volta!
–– Então estamos acertados!
–– Sim! Estamos! Agora vão!
–– Ah, só mais uma pergunta!
–– Sim!
–– O senhor está viajando para o reino Continental?
–– Estou! E não falarei em seu nome, se é isso que o preocupa!
–– É claro, senhor! Vejo que o senhor é um General honrado!
–– Capitão!
–– Sim senhor, General!
–– Disponibilize a escolta! Fale com o rei o que se passou e como foi feito esse trato!
–– Sim, senhor!
–– Os outros venham comigo!
(...)

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