terça-feira, 17 de março de 2020

A Conquista do Reino 15



A Conquista do Reino 15

O capitão e seus homens chegam à boquinha da noite ao reino de Astride com a pólvora e o mercador que trás consigo também alguns cortes da mais fina seda.

–– Alojarei você e seus homens no QG do exército. Amanhã falarei com o rei e os apresentarei a ele! – diz o Capitão.
–– Tudo bem! Dá para nos trazer comida e vinho? – indaga o homem comerciante.
–– Sim. Mandarei servir carne e vinho. Sentem-se e aguardem!
–– Claro! Foi uma longa viagem e estamos com a poeira ainda na garganta.
–– Não sejam exigentes! Isso são negócios e não um passeio. É só enquanto o General volta!
–– Está bem!

Lá do outro lado desse mundo, General Osório comanda o pequeno exército e já avista as torres do castelo imponente do reino continental.

Temos um mercado pela frente. Mas não passaremos por lá! – observa o General.
–– Sim senhor! – concorda o capitão da tropa.
–– Sei que os cavalos estão cansados tanto quanto nós. Vamos em frente! – ordena o General.

Muitas tochas estão acesas no alto das torres e isso significa que há muitos sentinelas armados. A abordagem em uma noite escura tem que ser feita com cuidado para não haver enganos.

–– Toquem o chifre da paz. Eles conhecem o toque! – ordena o General.

Os portões pesados de madeira são abertos e o exército entra. O rei Gabriel é avisado sobre a chegada dos soldados do reino de Astride.

–– Majestade está dentro de nossas muralhas um pequeno exército do reino de Manoel II – comunica o Capitão da guarda real interna.

–– Deixe que o comandante entre juntamente com seu capitão. Os soldados ficam no pátio.
–– Certo! Majestade!

O General Osório e seu Capitão são conduzidos até o salão do trono onde está o rei.

–– Majestade! Preferiríamos ter chegado de dia. Mas houve alguns imprevistos pelo caminho! – confessa o General fazendo uma deferência de cintura ao rei.
–– Ainda é cedo General! E em noites frias é bom tomar um vinho de boa safra! Sejam bem vindos! – corteja o rei com delicadeza e malícia.
–– Não viemos aqui para beber!
–– E o que o trás ao meu território General? Espero que seja importante!
–– Quero comprar a liberdade de um prisioneiro!
–– Você não veio de tão longe para isso!
–– Não! Vim por um motivo mais importante!
–– E qual é? Posso saber?
–– O que vossa majestade quer? Criar pontes ou destruir muros?
–– Hum! Você virou filósofo agora?
–– Majestade o rei Manoel tem interesse em um prisioneiro seu!
–– Tenho muitos prisioneiros de guerra. Todos são importantes e não pretendo libertar nenhum!
–– Há um homem em suas masmorras que é um assassino e eu preciso leva-lo para ser enforcado em Astride!
–– E quem é General?
–– O irmão de Leandro, do clã de mercenários.
–– E porque eu o entregaria a vocês?
–– Porque sei o quanto vossa majestade gosta de moedas de ouro. E ele matou um religioso do reino. Isso o rei não perdoa.
–– E quanto o General pretende pagar por esse prisioneiro?
–– Duzentas moedas!
–– O que é isso General? Isso é uma ofensa. Já paguei até trezentas moedas por um escravo no mercado negro e você vem com essa proposta? Você realmente sabe quem ele é?
–– Sei que tem dois mil homens acampados por aí. Mas eu o quero vivo para ser enforcado!
–– Eu estava pensando em duas mil moedas! O que você acha?
–– Majestade, se você me permitir, eu o enforcarei pessoalmente em seu reino sem pagar nada! O que vossa Majestade acha?
–– Não acho nada! Detesto esse negócio de achismo! Mas posso lhe entregar o prisioneiro por mil moedas! Isso é a metade do preço que eu cobrei à tribo dele.
–– Pago quinhentos e cinquenta moedas! É o que tenho para essa negociação! Fechado?
–– Tragam o prisioneiro e entreguem-no ao General.
–– Ficarei muito grato pela sua compreensão. O rei Manoel II quer que todos vejam como é tratado um traidor.
–– Isso é importante! Onde está o pagamento?
–– Capitão! Traga as moedas!
–– General nós dois sabemos que um homem como você não atravessaria por todo nosso continente para negociar um criminoso comum. O que você realmente quer?
–– Quero notícias do rei Saul e da rainha Catarina.
–– Mas isso aconteceu há quase quinze anos! Porque só agora vocês querem notícias de uma guerra em que fui vitorioso?
–– Com todo respeito Majestade, o boca a boca corre frouxo. São boatos de que o rei Saul e a rainha Catarina estão aqui! Vivos!
–– Boatos são boatos! Vamos nos sentar no salão imperial, comer e beber! Amanhã conversaremos sobre isso! Vocês devem estar famintos. E eu sou um rei justo. Vou preparar um banquete para você e seus homens.
–– Eu agradeço a vossa atenção. Mas são os peixes que morrem pela boca!
–– Tenho uma surpresa nesse almoço de amanhã, e creio que você não tenha nada a ver com isso!
–– Com isso o que?
–– Não se preocupe! Vamos nos divertir hoje. Soldados gostam de mulheres e de vinho. Venha! Vamos para o salão de festas!
(...)

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