A Conquista do Reino 15
O capitão e seus homens
chegam à boquinha da noite ao reino de Astride com a pólvora e o mercador que
trás consigo também alguns cortes da mais fina seda.
–– Alojarei você e seus
homens no QG do exército. Amanhã falarei com o rei e os apresentarei a ele! –
diz o Capitão.
–– Tudo bem! Dá para nos
trazer comida e vinho? – indaga o homem comerciante.
–– Sim. Mandarei servir
carne e vinho. Sentem-se e aguardem!
–– Claro! Foi uma longa
viagem e estamos com a poeira ainda na garganta.
–– Não sejam exigentes! Isso
são negócios e não um passeio. É só enquanto o General volta!
–– Está bem!
Lá do outro lado desse
mundo, General Osório comanda o pequeno exército e já avista as torres do
castelo imponente do reino continental.
Temos um mercado pela
frente. Mas não passaremos por lá! – observa o General.
–– Sim senhor! – concorda o
capitão da tropa.
–– Sei que os cavalos estão
cansados tanto quanto nós. Vamos em frente! – ordena o General.
Muitas tochas estão acesas
no alto das torres e isso significa que há muitos sentinelas armados. A
abordagem em uma noite escura tem que ser feita com cuidado para não haver
enganos.
–– Toquem o chifre da paz.
Eles conhecem o toque! – ordena o General.
Os portões pesados de
madeira são abertos e o exército entra. O rei Gabriel é avisado sobre a chegada
dos soldados do reino de Astride.
–– Majestade está dentro de
nossas muralhas um pequeno exército do reino de Manoel II – comunica o Capitão
da guarda real interna.
–– Deixe que o comandante
entre juntamente com seu capitão. Os soldados ficam no pátio.
–– Certo! Majestade!
O General Osório e seu
Capitão são conduzidos até o salão do trono onde está o rei.
–– Majestade! Preferiríamos
ter chegado de dia. Mas houve alguns imprevistos pelo caminho! – confessa o
General fazendo uma deferência de cintura ao rei.
–– Ainda é cedo General! E
em noites frias é bom tomar um vinho de boa safra! Sejam bem vindos! – corteja
o rei com delicadeza e malícia.
–– Não viemos aqui para
beber!
–– E o que o trás ao meu
território General? Espero que seja importante!
–– Quero comprar a liberdade
de um prisioneiro!
–– Você não veio de tão
longe para isso!
–– Não! Vim por um motivo
mais importante!
–– E qual é? Posso saber?
–– O que vossa majestade
quer? Criar pontes ou destruir muros?
–– Hum! Você virou filósofo
agora?
–– Majestade o rei Manoel
tem interesse em um prisioneiro seu!
–– Tenho muitos prisioneiros
de guerra. Todos são importantes e não pretendo libertar nenhum!
–– Há um homem em suas masmorras
que é um assassino e eu preciso leva-lo para ser enforcado em Astride!
–– E quem é General?
–– O irmão de Leandro, do
clã de mercenários.
–– E porque eu o entregaria
a vocês?
–– Porque sei o quanto vossa
majestade gosta de moedas de ouro. E ele matou um religioso do reino. Isso o
rei não perdoa.
–– E quanto o General
pretende pagar por esse prisioneiro?
–– Duzentas moedas!
–– O que é isso General?
Isso é uma ofensa. Já paguei até trezentas moedas por um escravo no mercado
negro e você vem com essa proposta? Você realmente sabe quem ele é?
–– Sei que tem dois mil
homens acampados por aí. Mas eu o quero vivo para ser enforcado!
–– Eu estava pensando em
duas mil moedas! O que você acha?
–– Majestade, se você me
permitir, eu o enforcarei pessoalmente em seu reino sem pagar nada! O que vossa
Majestade acha?
–– Não acho nada! Detesto
esse negócio de achismo! Mas posso lhe entregar o prisioneiro por mil moedas!
Isso é a metade do preço que eu cobrei à tribo dele.
–– Pago quinhentos e
cinquenta moedas! É o que tenho para essa negociação! Fechado?
–– Tragam o prisioneiro e
entreguem-no ao General.
–– Ficarei muito grato pela
sua compreensão. O rei Manoel II quer que todos vejam como é tratado um
traidor.
–– Isso é importante! Onde
está o pagamento?
–– Capitão! Traga as moedas!
–– General nós dois sabemos
que um homem como você não atravessaria por todo nosso continente para negociar
um criminoso comum. O que você realmente quer?
–– Quero notícias do rei
Saul e da rainha Catarina.
–– Mas isso aconteceu há
quase quinze anos! Porque só agora vocês querem notícias de uma guerra em que
fui vitorioso?
–– Com todo respeito
Majestade, o boca a boca corre frouxo. São boatos de que o rei Saul e a rainha
Catarina estão aqui! Vivos!
–– Boatos são boatos! Vamos
nos sentar no salão imperial, comer e beber! Amanhã conversaremos sobre isso!
Vocês devem estar famintos. E eu sou um rei justo. Vou preparar um banquete
para você e seus homens.
–– Eu agradeço a vossa
atenção. Mas são os peixes que morrem pela boca!
–– Tenho uma surpresa nesse
almoço de amanhã, e creio que você não tenha nada a ver com isso!
–– Com isso o que?
–– Não se preocupe! Vamos
nos divertir hoje. Soldados gostam de mulheres e de vinho. Venha! Vamos para o
salão de festas!
(...)
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