Cubismo é um movimento artístico que surgiu na França no começo do século XX. As obras cubistas buscavam representar elementos da natureza através de formas geométricas, principalmente as cúbicas.
Assim, o estilo cubista se opunha ao realismo das imagens que eram retratadas durante o Renascimento, por exemplo. Os princípios que definem a arte cubista estão presentes tanto nas artes plásticas como também na literatura.
Para entender melhor a essência desse movimento, confira algumas das suas principais características na arte:
Valorização das formas geométricas e fragmentadas
Menina com bandolim (1910), Pablo Picasso
Como o próprio nome do movimento sugere, o Cubismo tem como principal característica o uso de formas da geometria como componente de destaque nas obras.
O artista cubista busca a simplificação do mundo em suas pinturas e, para isso, se apropria de cubos, cones, cilindros e outras formas geométricas com linhas retas e simples.
Esse figurativismo geometrizado não deve ser confundido com a arte abstrata, pois ao contrário desta, nas obras cubistas as formas possuem um certo nível de identificação.
No cubismo sintético, por exemplo, as figuras são facilmente associadas com objetos ou pessoas, mesmo sendo construídas a partir das formas geométricas.
Uso de "rimas plásticas"
A Guitarra (1913), Pablo Picasso
Ao contrário da proposta do Cubismo Analítico, que buscava fragmentar ao máximo as figuras reais, o Cubismo Sintético procurava reconstruir as imagens fragmentadas, tornando-as mais reconhecíveis.
Para isso, a técnica da colagem começou a ser aplicada como um dos métodos mais usuais na composição dessas obras. O artista introduzia recortes de jornais, revistas e pedaços de outros materiais (madeira, vidro, metal, etc) na pintura, mesclando texturas e formas para a produção de seus trabalhos.
A intenção da colagem seria transportar a interação entre o observador e a obra para além do campo visual, despertando também sensações táteis nas pessoas.
Guernica (1937), Pablo Picasso
Predominantemente durante a primeira fase do cubismo (Analítico), os artistas buscavam apresentar os diversos ângulos e perspectivas da obra ao mesmo tempo e sob um mesmo plano.
O objeto tridimensional era fragmentado, representado em formas geométricas e sobreposto para a criação da ilusão de uma tridimensionalidade.
A construção das imagens a partir da junção sobreposta desses fragmentos transmite, para o artista, a sensação de estar a "esculpir" a pintura. A partir disso surge o conceito de pintura escultórica, que também define vários trabalhos do movimento cubista.
Predominância de cores monocromáticas e opacas
Violino e Candelabro (1910), Georges Braque
Alguns dos principais nomes do Cubismo Analítico, como Pablo Picasso, por exemplo, caracterizavam as suas obras pelo uso de cores escuras e monocromáticas, como o marrom, cinza, preto, verde, ocre e bege.
A palheta de cores era muito limitada, sendo que em alguns trabalhos a diferença estava apenas entre as diferentes tonalidade de uma mesma cor.
Vale ressaltar que a inspiração para o uso dessa seleção restrita de cores está na arte africana, que influenciou os trabalhos de Cézanne e Picasso (os principais precursores do Cubismo).
Com o progresso do movimento, passam a ser utilizadas cores mais quentes e vivas nas obras cubistas. O principal responsável por essa mudança foi Juan Gris, o "criador" do Cubismo Sintético.
Obra como um "exercício mental"
Seated female nude (1910), Pablo Picasso
O Cubismo, em especial o analítico, não se limita a retratar a natureza da forma que se apresenta na realidade, mas sim uma ideia abstrativa conceitual dos objetos que nela estão inseridos.
Por esse motivo, as obras cubistas podem ser consideradas um "exercício mental" para o observador, que precisa interpretar a imagem que se apresenta fragmentada e sobrepostas por diferentes figuras da geometria.
Retratação do primitivo
Os artistas precursores do Cubismo foram fortemente inspirados pela arte africana, principalmente a ideia de síntese dos elementos e o uso monocromático de algumas cores restritas.
É possível ver referências diretas às máscaras africanas e ao conceito do primitivismo em vários trabalhos de Paul Cézanne, durante o chamado "cubismo pré-analítico" ou "cubismo cézanniano".
Outro trabalho que mostra a essência dessa característica para o movimento cubista é Les Demoiselles d'Avignon, de Pablo Picasso. Na cena retratada pelo artista estão mulheres de um bordel em Barcelona, sendo que algumas aparecem usando máscaras de tribos africanas.
Influenciado pela Teoria da Relatividade
O movimento cubista surgiu em meio a um período de grande revoluções na área científica. No início do século XX, por exemplo, o mundo estava admirado com a Teoria da Relatividade de Albert Einstein (1879 - 1955).
O físico defendia a ideia da existência de uma quarta dimensão, o tempo-espaço, alterando a tradicional concepção de universo tridimensional que se tinha até então.
Para os artistas cubistas, em especial Pablo Picasso, as suas obras não se prendiam na convencional noção de espaço e, por isso, via nas teorias de Einstein uma grande inspiração para o conceito que aplicava em seus trabalhos.
Fonte: significados.com.br
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