sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Gina - A simbologia do anel VI


Gina é levada para uma tenda.
- Seu corpo será fechado, cuidarei de suas feridas, e elas, com essas ervas cicatrizarão mais rápidas. Inclusive, outras que aparecerão também, pois vou colocar esse remédio em seu sangue.  – Diz o curandeiro.
- Obrigada!
- Descanse e mais tarde poderá levantar-se.
Enquanto isso...
- O que você pretende fazer Senhora?
- Vou restituir suas plantações em uma semana. E começarei agora.
- Ajudem-na no que for preciso. Cuidem para que se prepare uma festa na aldeia em uma semana. Ordena o líder.
Gina que ainda estava atordoada, mas ouvia tudo também, tem um pedido a fazer: - Libertem a sereia, deixem que ela vá.
E assim foi atendida.
- Vão! Libertem a sereia. Ordenou o chefe da tribo.
A noite choveu muito. Choveu tanto que, os pequenos lagos  encheram-se  e transbordaram. Os rios começaram a correr pelas planícies.
Ao amanhecer, já havia campos verdejantes cobertos pela grama e flores começavam a surgir. Os animais pastavam enquanto pássaros e borboletas beijavam as flores e sobrevoavam. A força da natureza em harmonia responde aos melhores impulsos do homem. Milagres acontecem quando cultivados pela fé. A Senhora Árvore deu vida àquele vale outrora amaldiçoado e agora abençoado.
Uma semana se passou e já há frutos verdes em árvores menores e nas hortas trabalhadas pela aldeia.
É hora de agradecer essa aliança entre o homem e a natureza e partir. Gina já está curada e não tem cicatriz nem rancor.
O Grande líder inicia a cerimônia de agradecimento em festa com o início da fartura, e exatamente nessa hora que se ouve o choro do primeiro bebê que nasce naquele dia histórico, gerado há nove luas, é o filho do chefe que é pego nos braços pelo Bem e que o deseja toda sorte do mundo.
- Estamos agradecidos pela bonança que nos trouxeram e por nos fazer ver a vida com outros olhos. Seremos amigos e seguiremos seus passos neste território.
- Também agradecemos por essa amizade Grande Chefe. - Diz a caçadora.
Gina por sua vez recebe um presente em nome da tribo. É um anel de prata com algumas inscrições que a olho nu não dá para ler, mas o Grande Líder sussurra em seu ouvido, ela sorri, entende e vão embora.

Simbologia do anel
Três guerreiros, os mais fortes da tribo, por decisão do Chefe acompanham os três que seguirão até as duas colunas para decifrar os símbolos do anel. 
Nessa viagem, são precisos mantimentos e os guerreiros ficarão encarregados de caçar para alimentar o grupo. Após uma manhã de caminhada, o sol já pende para mais de meio dia, é hora de parar para um descanso. Neste momento a floresta é acolhedora, e a copa das árvores faz sombra. Isso não significa que não haja perigo iminente. Já agrupado em pequeno acampamento, um dos homens da tribo avisa que em pouco tempo trará comida. Os outros dois montam vigília enquanto Gina faz uma fogueira, O Bem e a Senhora sentam-se a esperar.
O caçador por sua vez, distante dali, já tem um alvo em sua mira. É um porco do mato. O tiro com arco é certeiro. Então ele volta para preparar, assar e saborear a carne junto do grupo. Alimentados que estão não há mais porque ficar naquele local e partem para o seu destino.
É uma longa caminhada. A noite está chegando. Já não se vê a linha do horizonte. Novamente, uma parada para passar a noite. Outra fogueira é feita, dessa vez por um homem da tribo. Distante dali, os sapos, os grilos, uma cigarra talvez, tentam a sincronia, mas a coruja pia mais próximo. Na selva, quando os animais e insetos estão à vontade em seu habitat natural, pode ter certeza de que não ronda o perigo. A tranquilidade naquele momento expõe a beleza de estrelas cadentes, e dormem.

O grupo acorda com uma chuva fina; o céu está nublado, mas nem por isso impede que sigam seu rumo. Agora o desafio é descer por uma ladeira de pedras pontiagudas e qualquer deslize poderá ser fatal. Superado esse caminho depois de horas de caminhada o sol aparece tímido entre as nuvens indicando que provavelmente já passa das 14 horas. Não há uma palavra, apenas o barulho das passadas pisando aqui, escorregando ali, em fila indiana, mas em frente.

Continua...

Carlos Holanda

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