quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Barril de pólvora

 


Como disse o presidente: “temos pólvora”. Temos sim. Temos barris de pólvora em cada capital da nação. Estamos sentados bem em cima. E pelo visto, as fagulhas estão explodindo um atrás do outro; como pavios de dinamite, uns com estopim maior e outros com estopim menor.

 

O governo completa mais de 700 dias no poder, comemora e sem trabalhar, faz campanha visando o pleito de 2022.

 

Diante de uma pandemia, o ministério da saúde vem a público em vídeo dizer que a população tem que se precaver, consultar os médicos nos postos de saúde e tomar o medicamento – cloroquina – para se prevenir contra a Covid 19 nas festas de final de ano e Réveillon. Não faz menção ao uso de máscaras e nem ao distanciamento social. A fala por si só já configura crime, uma vez que não há comprovação científica do medicamento.

 

O Brasil nesse momento é um grande barril de pólvora. Haja vista que houve um apagão em um dos menores estados do país e ainda está sem solução. E o que o governo diz? ‘Que poderá sim, haver mais apagão em todo país’, quando na verdade poderia instituir o horário de verão para evitar o caos de energia.

 

O estopim está aceso e a bandidagem ocupa espaços onde o sistema não prevalece com a força policial. Basta ver que recentemente foram realizados dois grandes assaltos a bancos por quadrilhas fortemente armadas com armas de grosso calibre, capaz de derrubar helicópteros. Um assalto aconteceu em Criciúma e no dia seguinte em Cametá. Nos dois atos violentos com mais de 20 bandidos, houve tiroteio intenso e foram feitos reféns. Isso é ou não é um barril de pólvora, que por sinal, motiva outras facções a continuar?

 

São 700 dias de queimadas sem as devidas providências. São dias infernais de pandemia com mais de 170 mil mortos e nenhuma providência,  lamentação ou palavras de conforto às famílias enlutadas.

 

Barril de pólvora é não fechar as praias e não proibir aglomerações nas festas de fim de ano para evitar a segunda onda do vírus. Mas, não culpo só o governo. A culpa de contaminação também é do povo inconsequente e sem consciência do que está acontecendo no país, seja na área política, ou de ciência e educação.

 

E finalmente, estamos sim, sentados em um barril de pólvora tentando apagar com gasolina o estopim aceso. Mesmo sem querer ser o ‘pai Diná’, a previsão é de que vai explodir em 2021. Deus queira que eu minta.

 

Carlos Holanda


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