Criaturas
Um tiro de
rifle ecoa na floresta densa. Os pássaros assustados com o barulho voam para
longe. Botas de couro indicam que, pelo tamanho das pegadas do indivíduo, é um
homem grande que caminha para apanhar sua presa – um veado - a aproximadamente
cinquenta metros de onde ele estava.
Há lugares desconhecidos em
que não se deve caçar, mesmo assim, o ser humano tem o péssimo hábito de não
respeitar limites, de invadir até mesmo a privacidade da natureza. Pouco tempo
depois de colocar o animal sobre os ombros, o homem rasga o silêncio e solta um
grito doloroso de horror e em seguida ouve-se o baque do corpo que tomba sem
vida.
O celular
toca três vezes no bolso do caçador e desliga. Não há ninguém para atender...
A noite
chega e com ela a névoa encobre a paisagem florestal. A escuridão é total. Em
algum ponto distante se percebe os olhos amarelos da coruja cinza, que agasalha
seus filhotes sob as asas no oco do tronco da árvore. Os sapos saltitam de um
lado para outro, por instinto eles sabem que logo irá chover. Animais
silvestres de pequeno porte também correm à procura de locas, esconderijos que
os protejam. Até as cobras e outros répteis tem medo de enxurradas. E sem mais
nem menos, o céu desaba com raios, trovões e chuva torrencial. Além dos
trovões, uivos horripilantes que provavelmente não seja natural desse habitat.
A noite e a
natureza guardam seus mistérios.
Continua
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