quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Marcas da violência



Hoje ela passa as tardes de todos os dias e vai até à boquinha da noite sentada numa cadeira de rodas na porta de sua casa. Ela sorri, gesticula, acena com a mão direita e dá a entender que está tudo bem. Dá boa tarde para Deus e mundo e é grata por estar viva.

Antes, da última vez que estava lá, sentada, na sombra, olhando e cumprimentando quem por ali passava, o bandido veio para assalta-la e atirou em suas costas, deixando-a paralítica.

Carlos Holanda

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