quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Origem das frases V

Um é pouco, dois é bom, três é demais


Esta frase foi popularizada em famosa canção de Heckel Tavares (1896-1969), intitulada Casa de Caboclo. Os versos dizem: “Numa casa de caboclo, um é pouco, dois é bom, três é demais”. Autor de cerca de 100 canções, o compositor soube como poucos conciliar o erudito e o popular, tendo obtido reconhecimento de crítica e público – no Brasil raramente combinados – por seus trabalhos musicais. Mas o sentido da frase, não sua forma, tem raízes bem mais antigas. Tanto a Bíblia como o Talmude advertem que três pessoas constituem um grupo grande demais para discutir assuntos íntimos. E um provérbio inglês declara que três são multidão – “three is a crowd”. Também na Itália e em Portugal circulam frases com sentido semelhante.

Carlos Holanda


Origem das frases IV

É um pé-rapado


No Brasil colonial, pés-rapados eram os trabalhadores que produziam riquezas na lavoura e nas minas. Com seu trabalho, o rei português dom João V (1689-1750) enchia as burras monárquicas de ouro e diamantes vindos do Brasil. Gastou fortunas em doações a ordens religiosas e foi gigantesco o esbanjamento que garantiu a vida luxuosa da corte, a ponto de o seu reino tornar-se a maior nação importadora européia. Mas erigiu também museus, hospitais e Casa da Moeda, além de providenciar a canalização do rio Tejo. Tudo pago pelos pés-rapados brasileiros.

Carlos Holanda


Origem das frases III

“Os acionistas são ovelhas ou tigres”


Esta frase foi dita pelo lendário banqueiro israelense Mayer Amschel Rothschild (1744-1812), fundador da casa de crédito que levaria seu nome. A família obteve muita fortuna especialmente com o financiamento de guerras europeias. No fim do século 19, liderava o ranking dos bancos. Distinguiu-se também na política, tendo vários membros barões do poderoso império austríaco. Um de seus descendentes foi o primeiro judeu no Parlamento Britânico. A frase indica o comportamento dos acionistas diante de operações que dão lucro ou prejuízo. 

Carlos Holanda


Origem das frases II

“Se a montanha não vem a Maomé, Maomé vai à montanha”


Esta frase foi originalmente dita pelo fundador do Islamismo, o profeta Maomé (570-632). Significa preferir o simples ao complicado. O profeta refletiu por quinze anos sobre o projeto de organizar todos os árabes sob leis rígidas, que combinassem religião política e moral. A frase foi pronunciada quando ele tentava converter alguns árabes que o desafiaram a mover o monte Safa (na Arábia Saudita) para perto de si. Maomé tentou e , não conseguindo, foi até o monte, acrescentando ter sido graça de Deus não ter conseguido o milagre, pois, quando se movesse, a montanha mataria a todos ali reunidos. 

Carlos Holanda




Origem das frases I

“Entrar com o pé direito”


Esta frase revela uma superstição que o império romano espalhou. Nas festas da Roma antiga, os convidados tinham de entrar nos salões dextro pede (com o pé direito) para evitar mau agouro. Personalidades brasileiras seguiram esta recomendação, entre elas o intelectual baiano Rui Barbosa (1849-1923), que a registrou em discurso às vésperas da posse de marechal Hermes da Fonseca (1855-1923), presidente do Brasil de 1910 a 1914: “Que o novo presidente entre com o pé direito”. Mas ninguém acatou mais a superstição do que Alberto Santos Dumont (1873-1932). Ele mandou construir em sua casa escadas pelas quais só era possível subir ou descer iniciando-se o percurso com o pé direito.

Carlos Holanda


terça-feira, 29 de novembro de 2016

GINA, a caçadora – INÍCIO

O cenário nordestino no interior em determinadas épocas do ano é desolador. O que se vê são cactos e arbustos mais resistentes ao tempo. O gado não tem o que pastar. A seca chega a atingir milhares de famílias e o que tem de bonito na imensidão de montanhas é posto no horizonte pela obra de Deus: o por do sol.

                                                          Arte de Carlos Holanda
Todos os dias o galo que ainda resta na casa de Regina anuncia um novo amanhecer cheio de esperanças. E isso é o que o homem do campo tanto almeja, que São Pedro mande chuva para aquelas terras áridas de barro vermelho, pois é de lá que é tirado o seu sustento e os dos bichos.

Gina, como é mais conhecida no povoado, mora com seu pai desde que sua mãe faleceu. Negra, 18 anos, tem personalidade forte, geniosa e decidida, sonha com dias melhores. Seu irmão mais velho mora na capital. O outro, o do meio, ajuda o pai na lavoura e nos afazeres da pequena propriedade e assim, vivem enfrentando o pão que o diabo amassou nesse confim de mundo, nas brenhas.

Júlio, seu irmão do meio, acostumado a viver no mato, não teve estudos, nunca esteve numa sala de aula, mas em compensação ensinou sua irmã a caçar, atirar com arco e flechas, feitos artesanalmente com mufumbo, madeira inquebrável boa para produzir um bom arco. Aprendeu quando mais jovem, a atirar facas com seu pai, que o ensinou quando passou um determinado tempo trabalhando em um circo na cidade grande e assim, os dois vivem nesse mundão de meu Deus, aprendendo com a natureza a lei do mais forte. Vez ou outra, ele treina com sua irmã lutas corporais e diz que ela tem que aprender a se defender sozinha...

Numa dessas segundas-feiras, de manhã bem cedo, Rita de 16 anos, segue a passos largos rumo à escolinha do povoado. É um longo percurso. Sozinha e confiante ela segue, pois sua família pobre sabe que o único caminho para sua integridade e sucesso é o saber.

Rita e Regina são amigas desde muito novas e moram a poucos quilômetros uma da outra e sempre se encontram no meio do caminho pra chegarem juntas à casa do saber, mas nesse dia, ela, por algum motivo, não veio. Rita não esperou.

Em determinado ponto do caminho, um homem começa a seguir seus passos, esperando o momento certo para atacá-la. Ele estreita a distância e a pega pelos cabelos. Maltrata, bate e a estupra no matagal cinzento. Não havia como se defender, diante de tamanha violência. Após o ato bestial, ele promete voltar e se ela contar pra alguém, ele a matará. Deixa-a, desfalecida, e vai embora, após satisfazer seus instintos selvagens.



Quando já passava do meio dia, Rita, triste, frustrada, chorosa e sem entender quase nada do que realmente havia acontecido, e ainda com hematomas por todo rosto, retorna à sua casa. Não teria coragem de contar para seus pais, poderia até apanhar, tanto era a ignorância àquela época. Disse apenas que caiu e bateu com a cabeça. A família não engoliu a mentira contada, mas, aceitou por algum tempo. A criança chorou baixinho, a noite toda. Soluçou muito, sentindo as dores de não poder contar a ninguém.

Terça-feira bem cedo, vai ao encontro da amiga Regina, no local combinado de todos os dias, no meio do caminho. Dessa vez Regina já estava lá esperando. Após um longo silêncio Gina percebe que não está tudo bem e pergunta:
- Rita eu te conheço. Sei que você não está nada bem. O que aconteceu?
- Gina, eu estou bem.
- Não! Não, tá! Conta logo. Seu pai lhe bateu de novo?
- Não!
- Então me conta. Senão vai dar meio dia e gente não sai daqui.
- Olha, vou te contar, mas você vai jurar pela alma da sua mãe que não vai contar pra ninguém. Nem para seu irmão nem para seu pai. Jura?
- Juro! Conte minha amiga. Pode confiar em mim. Sou sua única melhor amiga.
Rita com lágrimas nos olhos, narra todo o acontecido e é ouvida atentamente pela amiga que lhe promete que isso não ficará assim.
- Jurei não contar pra ninguém e você vai jurar que não contará o que vou fazer. Vou tomar umas providências. Vamos embora. Você vai passar o resto do dia lá em casa. Vou pedir meu irmão pra avisar seus pais que você vai dormir lá em casa e só voltará amanhã, depois da aula. Tá bom?
- Tá!

E assim fazem.

- Rita, me diz uma coisa, ele deixou claro quando voltaria a atacar?
- Mulher, não. Pode ser amanhã, como pode ser daqui a uma semana. Ele me ameaçou de morte, caso alguém mais saiba dessa história.
- Temos que bolar um plano. Ali é nosso caminho da escola.
- Gina, nem sei como te agradecer. Também não sei fazer nada.
- Amanhã como todos os outros dias, daqui pra frente sairemos juntas.

Segue-se uma semana normalmente, de idas e vindas. De casa pra escola e vice versa.

Um mês depois...

Uma bela segunda-feira ensolarada como sempre, Gina resolve esperar a amiga um pouco mais cedo. As mulheres tem um Q de sexto sentido.

- Oi amiga! Vamos?
- Não! Sabe Rita, hoje acordei com um mau presságio. Quero que você vá em frente. Eu te sigo à distância.
- Oh! Mas, você é besta! Deixa disso, vamos!
- Faça o que eu estou dizendo. Esse cara te atacou há exatamente um mês. Como ele viu que não deu em nada, pode ser hoje. Vai. Vai.
- Tá bom. Eu vou! Mas você me deixou com medo agora.
- Vai. Deixa de conversa.
- Tá!

Gina, como quem caça, sabe muito bem onde pisa pra não espantar a caça. Segue a amiga por dentro do mato, sempre muito atenta.

Rita, trêmula, com as palavras da amiga anda a passos largos, com olhos arregalados e com medo até da sombra. O trauma não havia passado. É aterrorizante enfrentar a mesma situação duas vezes. São cicatrizes que não saram, pois não ficam na pele.
Gina sabe que está na briga certa e sabe usar as armas.

É um longo caminho até a escola sem uma vivente alma pra dar notícia de nada.
De repente, Rita é surpreendida pelo mesmo homem que sarcasticamente lhe pergunta:
- Já está saradinha pra outra boneca? E enquanto fala, tapa sua boca com uma das mãos e a arrasta pra dentro do mato. Dessa vez ele veio com uma corda. A amarra. Rasga suas roupas e fica fazendo cenas eróticas com uma faca em torno de seu rosto, de seu pescoço.

- Você é uma vagabunda! Sei que você não contou a ninguém por que gostou, e vai gostar mais hoje. Vou fazer isso para seu bem. Vou te contar uma coisinha, vadia. Eu cavei sua sepultura logo ali na frente. Não sou louco de te deixar viver dessa vez. Tá me entendendo?

Nesse momento, acreditando estar só com a menina, rasga suas roupas e deixa-a completamente nua. Prepara-se para se deitar sobre ela e quando vai iniciar o coito, de tão sádico que é não percebe que a menos de cinco metros Gina está lhe apontando uma flecha, com o arco bem rígido.

- Ei! Olha pra mim! Levanta! Quero acertar teu coração, se é que ele existe aí dentro!
- Mas de onde diabos tu saiu, menina? Vai cuidar da sua vida ou vou ter que te matar também.
- Chega de conversa!
A flecha corta o ar e atinge o peito esquerdo do homem. Não existe arma mais sutil e versátil quanto o arco e a flecha. Não precisa de silenciador como as armas de fogo. Uma só flechada é mortal, quando atirada por quem sabe.
O corpo grande cai sem vida sobre a garota. Gina a desamarra e o arrasta com ajuda de sua amiga para a cova feita por ele mesmo. Enterram-no e prometem o mais absoluto sigilo sobre esse caso.
- Vamos embora Rita.
- Vamos! Mas quero que você me diga como sabia que ele viria hoje.
- Vou te contar depois. Vamos sair daqui, agora.
- Mas Gina...
- Sem mais. Juro que não queria fazer isso, mas não tinha outro jeito. Vamos?

- Vamos!

Carlos Holanda

Nossas Lendas: A PORCA JAÚ

A Porca Jaú
Na década de 30 estava em alta uma marchinha de carnaval denominada "Jaú", que passou a ser interpretada como sinônimo de demônio, no município de Picos. Então a fama de que Jaú fosse o diabo se espalhou.
O Padre entrou no mérito da questão e proibiu que fosse cantada a marchinha. Pregava que aquela cantiga estava amaldiçoada por Deus e pela Virgem Maria. Ninguém devia cantá-la sob pena de ser castigado.
E o tal castigo não tardou. Os moradores encontravam na madrugada uma porca grande, horrivelmente magra e feia, toda desengonçada, dançando em pé, rodando como pião, fazendo gestos libidinosos, mandando beijos para as pessoas cantando assim:
JAÚ tem três irmãs,
todas três sem casar,
uma prenha, outra parida
e outra dando de mamar.
A bisavó de JAÚ
não presta pra nada, não,
porém, vive amigada
com o velho Cramulhão.
Eles dois dentro da rede
é um chafurdo do diacho,
e a gente fica sem saber
quem tá por cima ou por baixo.


Nossas Lendas: A língua da Raimunda Macaca

A língua da Raimunda Macaca
Em União acredita-se que o que mata uma pessoa ferida por algum motivo ou mordida de cobra não é o veneno, e sim, o veneno da língua de quem fala com a pessoa após a mordida. Desta maneira, quando a pessoa é picada, procura logo se esconder dentro da mata, numa palhoça ou esconderijo, ficando isolada do contato humano durante quarenta e oito horas para evitar ser contaminada.
Famoso é o caso de Raimunda Macaca.
Certo dia um homem foi ferido com um facão e o povo conseguiu estancar o sangue, colocando ervas e emplastros de folhas de bananeiras no ferimento. Depois de algum tempo, já próximo de cicatrizar, encontrou com a Raimunda Macaca, que de longe perguntou: - O que foi isso? Como aconteceu? Imediatamente o sangue começou a jorrar. Por conta desse e de outros eventos, o povo de União diz:
- Deus nos proteja da língua de Raimunda Macaca!

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Nossas Lendas: MORRO GEMEDOR

LENDA DO MORRO GEMEDOR
A índia Intã, linda jovem Tremembé descendente de Mandu Ladino, vivia na Ilha Grande de Santa Isabel, numa linda praia próxima a Pedra do Sal.
Intã amava a natureza, gostava de caminhar pela praia, brincando com a areia e as ondas que chegavam aos seus pés e, num desses passeios encontrou desmaiado, um náufrago, moço branco, de cabelos loiros, sua formosura deixou a Índia Intã encantada e apaixonada e, logo passou a chamá-lo de Ará.
Consciente do perigo que corria caso fosse visto pela tribo, Intã resolveu escondê-lo, e escondeu seu príncipe numa cabana distante, abandonada.
Quando ele se recuperou os dois começaram a passar os dias se amando, envolvidos no maior romantismo e não perceberam, entretanto, a invasão das dunas. A areia cobria a “cabana do amor”, como poderiam chamá-la.
A cabana desapareceu, foi coberta pela areia e, segundo contam, a índia Intã continua a gemer nos braços de seu grande amor o seu príncipe Ará.
O lugar soterrado deu origem ao Morro Gemedor, e se você tem dúvidas sobre está historia, visite e tente subir, o Morro Gemedor que você ouvirá com certeza, os “Ais” de amor de Intã e Ará.
Devido a divisão territorial ocorrida em 1997, esse morro localiza-se agora no município de Ilha Grande do Piauí, portanto não é mais uma lenda tão "parnaibana".

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Nossas Lendas: CARNAÚBA

A LENDA DA CARNAÚBA
Em uma região muito fecunda e bonançosa – conta uma lenda indígena – habitava uma tribo feliz e próspera, tempos em que a memória não guardou.
Um dia, uma seca terrível assolou o País. Luas e luas os habitantes aguardaram as chuvas, mas o flagelo persistiu, e a tribo, outrora feliz, viu seus filhos morrerem um após o outro. Uma família apenas sobreviveu à catástrofe: um casal e um filho. Ante a ruína do seu povo, os três partiram em busca de outras terras.
Seis dias e seis noites viajaram os retirantes. No sétimo dia, sob um sol escaldante, avistaram na chapada, uma palmeira perdida no deserto. Abrigaram-se à sua sombra para momentos de repouso. Vencidos pelo cansaço, os pais adormeceram, enquanto o jovem índio, desperto, implorou as graças de Tupã. Nesse momento, no alto da palmeira, entre sua folhagem, surgiu uma mulher, morena e bela.
― Meu nome é Carnaúba, disse ela. Como a tua, a minha tribo foi destruída pela seca. Quando morri, Tupã, apiedado, transformou-me nesta palmeira, para que protegesse nossos irmãos de raça. Toma de teu machado e me corta! Do meu estipe tirarás o palmito e terá alimento. Com minhas palhas, construirás teu abrigo; da minha cera farás velas e terá paz. O meu fruto plantará e outras palmeiras surgirão para o teu povo.
Assim fez o jovem índio. Em alguns anos, o deserto transmudou num palmeiral farfalhante. A família transformou-se em "Clã". A vida voltou a ser feliz. E o jovem índio, agora envelhecido, partiu para levar, às outras tribos, sementes da palmeira de Tupã, que passou a chamar-se a "ÁRVORE DA VIDA".
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Nossas Lendas: O VEADO BAIÃO

O VEADO BAIÃO
O Veado Baião é um fantasma que aparece na região sul do estado, nas matas de Ribeiro Gonçalves.
Os caçadores de veados, pacas, onças, pebas e tatus costumam encontrá-lo. Não é perigoso. Aparece na alta madrugada, nas horas mortas da noite cantando baião, só não pode atrapalhar sua cantoria que ele vira bicho e corre atrás.
Gosta de ficar embaixo da copa do jatobá ou de um pé de mirindiba, só nas patas trazeiras com a cabeça pra cima e batendo nos peitos, se requebrando, com trejeitos, cantando essa cantiga:
“Essas mocinhas de hoje
tem um costume ruim,
quando chegam no escuro,
dizem assim:
Me arroche, meu bem!
Me arroche!
Me beije, meu bem!
Não tenha pena de mim!
E não diga que é veado,
Pois hoje estou a fim...”

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Nossas Lendas: Zamba

ZAMBA
A Zamba é uma das lendas indígenas do nosso folclore, especialmente na região sudeste do estado. Assemelha-se a gente, é uma figura alta, pescoço demasiadamente grande e com os pés para fora e calcanhares para dentro, formando um ângulo de cento e oitenta graus. Tem o corpo inteiriço, sem uma junta sequer.
A Zamba dorme em pé, encostada em uma árvore.
Se você encontrar uma dormida de Zamba, será fácil de capturá-la. Basta empurrar que ela cai, e como não tem juntas, fica incapaz de se levantar.
Quem possuir um couro de Zamba é dono de invejável sorte, mas não pode falar pra ninguém sob pena de virar azar.
Quando a Zamba vai dormir, após a meia noite, solta gritos e assobios horripilantes que assombram os viventes que a escutam.
Caçadores e viajantes, vez ou outra a escutam. Porém, ela é inofensiva, não agride ninguém.

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Nossas Lendas: Alice

ALICE
Alice era uma moça bonita, filha de uma família importante e rica. Um dia Alice foi à praia de Atalaia, em Luís Correia e desapareceu.
O pai, desesperado, contratou todos os pescadores para tentar encontrar o corpo, mas foi em vão. Nunca conseguiram nem sinal.
Corre a boca miúda entre os pescadores e moradores do lugar que, para desencantar Alice, é necessário ter coragem, pois ela transformou-se numa enorme serpente marinha. Primeiro precisa-se de quatro objetos virgens: uma faca, um espelho, um pente e uma toalha. Segundo, esperar na praia em noite de lua cheia, à meia noite, contar sete ondas, e na sétima onda, abrir com a faca, de onde sairá a serpente. Após esse ritual, o pretendente terá que cortar o rabo dela a qualquer custo e correr sem olhar pra trás.
Alice então desencantará e cobrirá sua nudez com a toalha ali deixada; penteará seus longos cabelos mirando-se no espelho. Em seguida, Alice irá procurar o pescador que a desencantou e com ele se casará dando-lhes enorme fortuna.

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Nossas Lendas: Num se Pode

É uma lenda tipicamente teresinense. Conta a história de uma linda mulher que, tarde da noite, aparecia na praça Saraiva ostentando sua beleza debaixo de um dos lampiões ali existentes. Movidos por aquela bela aparição, os homens se aproximavam para conversar ou, quem sabe, aventurar mais uma conquista. Ao chegarem perto, a linda mulher pedia um cigarro, e quando recebia começava a crescer, crescer, até atingir o topo do lampião de gás e nele acender o cigarro. Enquanto crescia, ela repetia: “num-se-pode, num-se-pode, num-se-pode..."
Ilustração de Herbert Véras Viana, que resolveu colocar o relógio da Praça Rio Branco e o Teatro 4 de Setembro no cenário.


Poster com arte Di Holanda

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